Quando falamos sobre a relação entre empresas e seus colaboradores, um assunto que sempre aparece é turno—ou, em português, turnover. Imagine este cenário: você observa colegas entrando e saindo o tempo todo, contratos rescindidos na mesma frequência em que pessoas recém-contratadas aparecem. Parece familiar? Não é só você. A rotatividade é um sintoma que muitos negócios enfrentam e, se ignorada, pode sair caro.
O turnover não é apenas um número. Ele representa perdas e oportunidades. Reflete tanto problemas internos quanto potenciais soluções para times mais felizes e saudáveis. No artigo de hoje, vamos conversar sobre o conceito de turnover, seus tipos, suas causas — algumas surpreendentes — consequências e, claro, como reduzir essa taxa para transformar a cultura e impulsionar resultados.
Turnover alto tem causa, consequência e solução.
O que é turnover na prática?
Turnover nada mais é que um indicador de Recursos Humanos. Ele mostra quanto a empresa perde e ganha de pessoas em um certo período, normalmente de 12 meses. Quando falamos de turnover, olhamos para o movimento de entrada e saída de colaboradores. Esse cálculo serve para medir o quanto a empresa está conseguindo reter talentos (ou não).
O turnover pode ser simples ou complexo, dependendo de como você observa os dados. Basicamente, a empresa precisa olhar para dois números principais: total de contratações e total de desligamentos. E existe uma fórmula para isso:
Taxa de turnover = (Número de desligamentos no período / Número médio de funcionários) x 100
Acompanhar esse indicador ajuda a identificar padrões, entender o cenário e tomar atitudes para corrigir rotas.

Os principais tipos de turnover
Nem todo desligamento é igual. Para ser prático, o turnover pode ser dividido em diferentes tipos. Cada um deles traz uma leitura diferente do que está acontecendo na empresa.
1. Turnover voluntário
Esse é aquele clássico: o próprio colaborador decide ir embora. Os motivos variam — desde uma proposta tentadora até insatisfação, problemas pessoais ou busca por desenvolvimento. Costuma preocupar bastante, já que normalmente leva embora talentos que poderiam crescer dentro da empresa.
2. Turnover involuntário
O desligamento não parte do colaborador, mas da empresa. Pode acontecer devido a baixo desempenho, questões disciplinares, cortes de custos ou até mudanças na estratégia. Aqui, o controle está mais nas mãos da empresa, mas mesmo assim é preciso cuidado para não exagerar nas demissões.
3. Turnover funcional
Nem sempre a saída é ruim — e aí entra o turnover funcional. Isso ocorre quando colaboradores de desempenho insuficiente deixam a empresa e, com isso, a equipe melhora. Pode ser controverso, mas sim, há casos em que o clima melhora depois de certas saídas.
4. Turnover disfuncional
É o pesadelo de gestores: pessoas de alta performance, estratégicas para o negócio, pedem para sair. Aqui mora o risco de perder conhecimento, motivação e, até mesmo, clientes. O turnover disfuncional normalmente indica falhas graves no ambiente interno ou na liderança.
Nem toda saída é um problema, mas todas mostram algo que vale olhar de perto.
As causas que levam ao turnover
Não existe uma única razão para alguém sair da empresa. Um estudo apresentado pela FlexJobs em 2022 destaca quatro fatores principais: cultura corporativa tóxica (62%), salário baixo (59%), má administração (56%) e falta de equilíbrio entre vida profissional e pessoal (49%). Essas causas têm peso real e aparecem na rotina de várias empresas, de todos os portes.
Na prática, as causas mais comuns são:
- Falta de clareza na descrição da vaga: Quando o colaborador percebe que o trabalho não era o que imaginava, a frustração é inevitável.
- Ausência de plano de carreira: Sem perspectiva de crescimento, muitos profissionais procuram outros caminhos.
- Ambiente hostil ou tóxico: Relações desgastadas, fofocas, falta de respeito e assédio desgastam emocionalmente. Cuidar da cultura organizacional faz toda a diferença nesse cenário.
- Remuneração não competitiva: Segundo levantamento feito pela Glassdoor, 35% dos colaboradores mudariam de emprego somente por insatisfação salarial.
- Liderança ineficaz: Gestores despreparados ou autoritários podem sabotar equipes inteiras.
- Onboarding mal estruturado: Quando as pessoas não se sentem acolhidas desde o início, a tendência é a desistência precoce.
Curioso como, muitas vezes, pequenos detalhes desencadeiam grandes consequências. Se notamos um ambiente cada vez mais instável, talvez seja hora de ouvir o que os colaboradores têm a dizer. Às vezes as saídas poderiam ser evitadas com pequenas atitudes — mas, sem escuta, nada acontece.
A saída nunca é só sobre salário. O clima pesa mais do que parece.
Consequências da alta rotatividade
Uma empresa muito rotativa sente os impactos em todos os níveis. Isso vem desde a gestão até as equipes mais operacionais. Veja o que mais costuma sofrer:
- Impacto financeiro: Demitir, contratar e treinar custa caro. Tem rescisão, custos de recrutamento, tempo de adaptação, perda de conhecimento.
- Desgaste no clima organizacional: Equipes percebem a instabilidade, sentem medo de mudanças e isso gera insegurança.
- Diminuição de resultados: Times desfalcados trabalham sob pressão, cometem mais erros e entregam menos.
- Imagem comprometida: Mercado percebe empresas com alta saída como locais ruins para trabalhar, dificultando novas contratações.
Segundo dados da ADP, a taxa de rotatividade nos EUA saltou de 59,9% em 2017 para 80% em 2020, baixando para 71% em 2021. A pandemia mexeu com tudo — insegurança, modelo de trabalho remoto e mudanças de hábito aceleraram demissões e contratações desenfreadas.
Ou seja, diferença pouca, mas que gera ondas longas. Não raro, gestores subestimam o efeito da saída de um colaborador e, semanas depois, a rotina já não é mais a mesma.

Estrategias efetivas para reduzir o turnover
Se prevenir é melhor do que remediar, agir antes que a insatisfação vire saída é o caminho. São várias as estratégias para manter o time animado, motivado e, acima de tudo, engajado com o propósito da empresa.
Investir no processo de contratação
Contratar bem evita dores no futuro. Descrições de vaga transparentes, entrevistas que sondam não só habilidades, mas valores, e uma avaliação completa de fit cultural são passos que economizam recursos lá na frente.
Onboarding bem estruturado
Dar as boas-vindas com um roteiro claro, mentorias e acompanhamento próximo nos primeiros meses reduz a sensação de abandono e acelera o aprendizado. Faz diferença. E se errar no começo, costuma dar dor de cabeça depois.
Ambiente amigável e seguro
Pessoas gostam de se sentir parte. Programas de integração, espaços para ouvir opiniões, estímulo ao respeito e feedbacks constantes fazem com que todos se sintam envolvidos na missão do time.
No Estudo das 150 Melhores Empresas para Trabalhar 2023, oportunidades de crescimento (45%), qualidade de vida (26%) e alinhamento de valores (16%) foram apontados como os maiores motivos de permanência. O que mostra que investir em um ambiente acolhedor, transparente e cheio de oportunidades faz as pessoas quererem ficar.
O clima é tão valioso quanto salário no dia a dia.
Programa de valorização e reconhecimento
Recompensas, elogios públicos, feedback e planos de carreira claros ajudam a manter a equipe motivada. Empresas que investem em capacitação e reconhecimento geram pertencimento e satisfação, como revelam dados do Great Place to Work: quase 40% financiam estudo de idiomas para seus funcionários.
Remuneração justa e benefícios
Salários defasados e benefícios pouco atrativos afastam profissionais qualificados. Muitas vezes, a diferença de retenção está em detalhes que vão além do salário-base, como home office flexível, auxílio educação ou plano de saúde completo.
Liderança humanizada
Gestores são o espelho da empresa. É fundamental que estejam preparados para lidar com conflitos, inspirar, direcionar e cuidar das pessoas. Projetos como Fale Bem Agora criam práticas que ajudam líderes a encantarem colaboradores, mostrando que boas relações não acontecem por acaso, mas por uma comunicação empática e autêntica.
Uso de tecnologia e inteligência artificial
Ferramentas digitais viabilizam pesquisas de clima em tempo real, avaliações de engajamento, automação de processos de RH e até predição de riscos de saída. Inteligência artificial oferece dados detalhados, sugerindo ações personalizadas para engajamento e retenção.
Não basta investir só em software. A tecnologia potencializa, mas não substitui o olhar humano. No blog do Fale Bem Agora, você encontra dicas sobre como encantar colaboradores na prática com recursos digitais e ações do dia a dia.
Escuta ativa e aceitação de feedback
Manter canais abertos para sugestões, críticas e perguntas mostra respeito e legitima a voz dos colaboradores. Se houver censura ou indiferença, surge o famoso “desligamento silencioso”. Pesquisas de clima, rodadas de conversas ou mesmo o famoso café com o líder podem ser reveladores. Já escrevemos sobre como encantar sua equipe em 5 passos simples; uma delas é escutar de verdade.
Ouça de verdade. Pessoas avisam quando querem sair; só precisa perceber.
Cultura organizacional forte
Propósitos claros, valores alinhados, comunicação transparente e tradição em valorizar a diversidade ajudam a formar um DNA atraente e protetor contra desgaste. Quando se investe em cultura, todos ganham: liderança, equipe, clientes.
Quer entender mais sobre cultura, onboarding, engajamento e comunicação? Conheça o conteúdo sobre comunicação interna, pois é ali que muitas estratégias anti-turnover começam.

O papel do Fale Bem Agora
Empresas que querem atrair e reter talentos precisam investir em encantamento tanto para o cliente externo quanto interno. O Fale Bem Agora trabalha com métodos para melhorar a comunicação e a satisfação no ambiente corporativo. Nossos treinamentos são aplicados em empresas que buscam não só reter, mas encantar equipes — acreditando que colaboradores felizes encantam clientes naturalmente. Se você sente que sua empresa está sofrendo com o turnover ou tem dificuldades no clima, conhecer novas práticas pode ser o primeiro passo.
Conclusão
Reduzir o turnover nunca depende de uma única ação.
Gente satisfeita raramente sai sem motivos. Os dados provam: onde há cultura acolhedora, oportunidade de crescimento, transparência e valorização, as pessoas ficam. Quando ignoradas, partem — e com razão. Os caminhos que apresentamos aqui funcionam porque unem boas práticas, tecnologia e escuta atenta.
Se você acredita que o ambiente da sua empresa pode ser melhor, busque inspiração, aprofunde o entendimento dos motivos das saídas e faça ajustes. Grandes transformações nascem de mudanças simples, mas intencionais. O Fale Bem Agora está pronto para mostrar que é possível encantar colaboradores todos os dias. Conheça nossos projetos e descubra como diminuir a rotatividade com comunicação inteligente e estratégias reais de encantamento. Comece agora mesmo a criar o ambiente que todos querem fazer parte!
Perguntas frequentes sobre turnover
O que é turnover nas empresas?
Turnover é a relação entre o número de desligamentos e admissões dentro de um período (geralmente 12 meses). É um dos principais indicadores de RH e mostra se a empresa está conseguindo manter seus talentos, ou se está perdendo muitos colaboradores, algo que pode sinalizar problemas mais profundos. Saber calcular e compreender o turnover é fundamental para tomar decisões que mantenham o time motivado e bem ajustado.
Quais são os principais tipos de turnover?
Os principais tipos de turnover são: voluntário (quando o colaborador escolhe sair), involuntário (quando o desligamento parte da empresa), funcional (saída de pessoas com desempenho insatisfatório, beneficiando a equipe) e disfuncional (quando talentos estratégicos ou de alta performance deixam a organização, o que geralmente traz mais prejuízos do que benefícios).
Como reduzir o turnover de funcionários?
Reduzir o turnover exige uma abordagem multilateral: investir em um bom processo de seleção; cuidar das etapas de integração (onboarding); criar um ambiente receptivo; valorizar e reconhecer as pessoas; ofertar salários justos e benefícios atrativos; aprimorar a liderança; usar tecnologia para avaliar e antecipar riscos; e, principalmente, ouvir o que os colaboradores têm a dizer. Atenção aos detalhes realmente faz a diferença: iniciativas como as sugeridas no blog do Fale Bem Agora podem ajudar muito.
Quais são as causas mais comuns do turnover?
Entre as causas mais citadas estão: cultura tóxica, salário abaixo do mercado, gestão ineficaz, falta de oportunidades de crescimento e de qualidade de vida, além de um fraco alinhamento de valores. Segundo pesquisas, problemas como descrições de vaga pouco claras, onboarding ruim e ausência de plano de carreira também influenciam bastante a decisão de saída.
Vale a pena investir em estratégias anti-turnover?
Sim. Empresas que apostam em reduzir o turnover colhem resultados em clima organizacional, desempenho, economia de recursos e construção de equipes sólidas. Estratégias de retenção melhoram o ambiente, valorizam a marca empregadora e criam ciclos virtuosos de crescimento. Projetos como o Fale Bem Agora já mostraram, na prática, que colaboradores encantados permanecem — e transformam a relação com clientes, fornecedores e demais parceiros.






